Por Wallace de Góis Silva
Textos Bíblicos: Gênesis 1.1-2; 2.2-7; Salmo 139.13-18
INTRODUÇÃO
A história da criação é uma das mais bonitas e ricas que temos na Bíblia, especialmente pelo fato
de mostrar a glória, o amor e a dedicação de Deus presentes em cada dia da criação, bem como sua satisfação, pois “Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom” (Gn 1.31). No original hebraico, o texto de Gênesis 1 foi escrito em forma de poesia, carregado de significado e beleza. Uma verdadeira composição literária.
Assim como expressa a canção evangélica: “Senhor meu Deus, quando eu maravilhado, fico a pensar nas obras de tuas mãos. O céu azul de estrelas pontilhado, o seu poder mostrando a criação. Então minh'alma canta a ti, Senhor: ‘quão grande és tu, quão grande és tu’”, nós também ficamos em constante admiração diante das maravilhas que o Senhor fez e preserva pelo seu poder, cujo Espírito, que é fôlego de vida, renova a face da terra (Sl 104.30). Vamos refletir nesta lição sobre alguns dos muitos ensinamentos que encontramos na história da origem do mundo e o que Deus espera de nós no processo da nova criação, tanto da humanidade quanto da natureza.
DE ONDE VÊM TODAS AS COISAS?
Certamente você já deve ter ouvido falar de algumas teorias sobre a origem do universo e da vida, desde as explosões cósmicas como o “Big Bang”, a evolução das espécies, cujo principal mentor era Charles Darwin, até o relato bíblico da criação, a história de Adão e Eva e outras. O debate se torna longo, e talvez isso ocorra porque a Bíblia e ciência falam de assuntos diferentes.
Apesar de muitos estudos já terem sido realizados, a ciência não chegou a um consenso sobre a origem do universo, e ela própria se divide entre evolucionistas (que apoiam a teoria da evolução) e criacionistas (que acreditam num Deus criador). Mesmo tendo tantos recursos, ainda não conseguiram desvendar o grande mistério da criação.
A Bíblia, no entanto, nunca pretendeu dizer exatamente como as coisas foram feitas, mas principalmente em dizer quem é o grande criador de todas as coisas, e porque Ele as fez. Informar à humanidade que existe um Deus que criou tudo e planejou o bem das pessoas era o principal objetivo. Também tentou desenrolar grandes debates e nem desqualificar a ciência humana, que na época em que Bíblia foi escrita era bastante simples e de forma alguma estava separada da religiosidade.
Ainda que em muitos casos as ciências confirmem o que a Bíblia diz, em outras ocasiões ela vai contradizer. Por isso, usar a ciência para evidenciar a fé, além de ser incoerente (pois quando comprovamos algo, não precisamos mais da fé, que é a confiança naquilo que não vemos, cf. Hb 11.1), é também diminuir a autoridade e veracidade das Escrituras, que nasceram da sabedoria de Deus, e esta é infinitamente maior que a humana.
A FÉ NO DEUS CRIADOR
A Escritura também não faz grandes esforços para provar a existência de Deus. Ela trata esse assunto como uma verdade indiscutível e naturalmente aceita entre o povo. A questão estava mais voltada a dizer que Javé (ou Jeová) era o único Deus verdadeiro, por causa da grande influência que Israel sofria de outras nações. Com o passar do tempo e o progresso da ciência, a existência de Deus passou a ser questionada, e a religião se tornou independente da ciência, o que não é de todo ruim, mas também deu espaço aos diversos grupos ateístas e agnósticos, que têm propagado suas ideias. Richard Dawkins, zoólogo e ateu, desafia a religião com sua famosa obra intitulada “Deus, um delírio”, em que procura argumentar que a fé em Deus é contraditória e sem bom senso, especialmente por causa do mau testemunho das religiões. Apesar do tom ousado do autor, não seria isso um alerta para nós? Em muitos casos, o ateísmo tem se propagado por causa da fé fanática ou sem ações relevantes que muitos cristãos vivem, achando que Deus só quer a alma e não se importa com o corpo.
Mesmo sem informações científicas exatas, é impossível negar que com tamanha complexidade do Universo e da vida, eles tenham surgido do acaso. Se, por exemplo, a Terra fosse menor ou maior em tamanho, tivesse a temperatura mais baixa ou mais elevada, tivesse menor ou maior proporção de água, seria impossível haver vida em nosso planeta. Supondo que a Terra tenha surgido a partir de uma explosão, com certeza essa explosão foi cuidadosamente projetada por Deus, de modo que o nosso planeta fosse um lugar apropriado para que a vida se sustentasse.
Quando paramos para pensar no modo maravilhoso que o ser humano foi criado (Sl 139.14), e percebemos a sincronia que existe em seu corpo composto por células, tecidos, veias, órgãos, ossos, enfim, cada um em sua função e de forma interdependente, só podemos reconhecer que foi o grande Autor da vida quem lhe deu origem. De igual modo, é impressionante observar a variedade dos animais, das flores, dos insetos, das frutas, das paisagens... Alguém já disse que é preciso ter mais fé para acreditar que tudo isso surgiu por pura sorte, do que simplesmente atribuir a Deus. E isso é verdade, pois não tem como negar que para pintar um quadro chamado Universo, tão belo e perfeito, mesmo em suas imperfeições, somente o eterno e criativo Pintor mesmo poderia fazer!
O DEUS DA BÍBLIA É UM DEUS ÚNICO E PESSOAL
Na Torah (os cinco primeiros livros da Bíblia), o Criador se apresenta como um Deus único (Dt 6.4), que não admite outros deuses (Ex 20.3), e também como um ser pessoal, isto é, que se aproxima do ser humano (Gn 3.3). Ele permite ser visto como alguém que tem sentimentos, e por isso está sujeito a se decepcionar e se entristecer, não porque não seja capaz de prever o motivo da decepção, mas porque mesmo sabendo, é sempre muito triste para o Pai ver seus filhos errando o alvo (Gn 6.5-6).
Seu carinho por nós se torna evidente ao criar a mulher e o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26-27). Deus não tem aparência humana, pois Ele é Espírito (cf. Jo 8.24), portanto ser a sua imagem e semelhança quer dizer que temos a capacidade, como Ele, de escolher, de raciocinar, de amar, chorar, sorrir, exercer misericórdia, atuar com sabedoria, e essas são características que nenhum outro ser vivo possui. Deus nos deu o dom de termos personalidade, de sermos pessoas e não somente seres vivos. No entanto, a nossa semelhança a Deus só pode ser vivida se estivermos em comunhão com Ele, e o pecado acabou por nos distanciar dele e trouxe terríveis consequências.
DEUS ENSINA ATRAVÉS DA HISTÓRIA DA CRIAÇÃO
Ao inspirar os autores da Bíblia, Deus nos ensina grandes verdades para a vida como um todo e nos mostra que seu amor e soberania são verdadeiros. O relato de cada um dos dias da criação possui não só a função de preservar a fé no Deus Criador, mas também a de instruir todas as pessoas a se empenharem:
Contra a idolatria: Em meio a tantos deuses estranhos da época, cada um com uma suposta função na criação, o Deus de Israel se revelou como soberano, acima de qualquer outra divindade. Ao apresentar-se como criador dos astros, dos seres humanos e dos animais, colocava-se acima de todas essas coisas mostrando a sua glória e respondendo diretamente aos pagãos que acreditavam que elas eram deuses.
Contra a opressão e a favor da vida: O Deus da Bíblia também se mostra justo e coerente, por exemplo, ao trabalhar seis dias na criação e descansar no sétimo dia, o sábado (Gn 2.2-3). A intenção não foi dizer que o Criador fez tudo em exatos sete dias de 24 horas cada um, nem que Ele precisa de descanso, pois não precisa, e sim mostrar que é um Deus que mantém tudo sob seu controle e estabelece a ordem de tudo, e também em fazer uma crítica aos impérios tiranos, como Egito e Babilônia, que escravizavam os hebreus e impunham o trabalho de sol a sol, sem direito a repouso. A orientação também valorizava o bem estar do povo mesmo quando estava livre, pois o descanso é sagrado e essencial para a vida. Em contextos assim, reiterar que até o Todo-Poderoso descansou, garantiam esse direito aos seres humanos.
Na preservação da sua imagem: Reafirmar que os seres humanos são criação do Pai aponta para o seu grande amor e para o direito à dignidade e liberdade que foi dado inicialmente por Deus. A vontade de Deus é que sejamos livres, seja de prisões espirituais ou não. Em contrapartida, a origem da escravidão e da deturpação da imagem de Deus em nós tem a ver com a desobediência humana por influência do diabo, a serpente. O relato da criação e da queda de Adão e Eva, além de ensinar que o egoísmo e a desobediência nos afastam do plano do Senhor que é de nos dar felicidade e vida eterna, denuncia mais uma vez a opressão como fruto de quem dá ouvidos à serpente (tanto os egípcios – faraó usava uma serpente de ouro em sua coroa – quanto os babilônios adoravam um deus-serpente), porque foi a partir do momento em que comeram o fruto proibido que o pecado do egoísmo se alastrou sobre toda a humanidade, incluindo os imperadores. O pecado nos leva a ser oprimidos e escravos espiritual e socialmente, e mesmo os opressores, são na verdade escravos de seus próprios desejos maus, pois pelo fato de a humanidade ter perdido a comunhão com Deus, fica vulnerável aos efeitos mais fortes do pecado, e disto a serpente, que é o diabo sabe muito bem. Por isso, desde o princípio deseja frustrar os planos de Deus. O pecado é tão venenoso que atenta contra a vida em todas as suas dimensões: social, espiritual, material, etc, fazendo apodrecer o corpo, a alma e o espírito, e por fim levando à morte (Tg 1.14-15).
CONCLUSÃO
A juventude de nosso tempo precisa conhecer esse Deus Criador maravilhoso. As pessoas precisam saber que Deus nos fez para sermos sua imagem, mas o pecado termina por deturpá-la. Nós, como porta-vozes de Deus, profetas em nossa geração, precisamos dizer ao mundo que Deus não o criou permeado de injustiça, promiscuidade, violência, corrupção, preconceito, guerra, e tantas outras coisas ruins que refletem na natureza. Se de fato somos cristãos, devemos ser o sal que preserva este mundo (Mc 9.50), dando às pessoas o máximo de esperança, amor, solidariedade, e incentivando o cuidado com o meio ambiente.
Deus nos convida a abraçar a mensagem do seu Reino, que como Jesus disse, “já chegou”, o qual veio para restaurar a criação, que começa em nosso coração, se expressa em nossas ações no presente, e será concluído e aperfeiçoado quando Jesus voltar para restaurar todas as coisas, atendendo ao clamor da criação que geme (Rm 8.19-22). Mas, enquanto Jesus não conclui os planos do Pai, temos que nos perguntar se já fizemos tudo o que podíamos fazer. Anunciar e viver o Reino de Deus é a nossa missão.
Assim como expressa a canção evangélica: “Senhor meu Deus, quando eu maravilhado, fico a pensar nas obras de tuas mãos. O céu azul de estrelas pontilhado, o seu poder mostrando a criação. Então minh'alma canta a ti, Senhor: ‘quão grande és tu, quão grande és tu’”, nós também ficamos em constante admiração diante das maravilhas que o Senhor fez e preserva pelo seu poder, cujo Espírito, que é fôlego de vida, renova a face da terra (Sl 104.30). Vamos refletir nesta lição sobre alguns dos muitos ensinamentos que encontramos na história da origem do mundo e o que Deus espera de nós no processo da nova criação, tanto da humanidade quanto da natureza.
DE ONDE VÊM TODAS AS COISAS?
Certamente você já deve ter ouvido falar de algumas teorias sobre a origem do universo e da vida, desde as explosões cósmicas como o “Big Bang”, a evolução das espécies, cujo principal mentor era Charles Darwin, até o relato bíblico da criação, a história de Adão e Eva e outras. O debate se torna longo, e talvez isso ocorra porque a Bíblia e ciência falam de assuntos diferentes.
Apesar de muitos estudos já terem sido realizados, a ciência não chegou a um consenso sobre a origem do universo, e ela própria se divide entre evolucionistas (que apoiam a teoria da evolução) e criacionistas (que acreditam num Deus criador). Mesmo tendo tantos recursos, ainda não conseguiram desvendar o grande mistério da criação.
A Bíblia, no entanto, nunca pretendeu dizer exatamente como as coisas foram feitas, mas principalmente em dizer quem é o grande criador de todas as coisas, e porque Ele as fez. Informar à humanidade que existe um Deus que criou tudo e planejou o bem das pessoas era o principal objetivo. Também tentou desenrolar grandes debates e nem desqualificar a ciência humana, que na época em que Bíblia foi escrita era bastante simples e de forma alguma estava separada da religiosidade.
Ainda que em muitos casos as ciências confirmem o que a Bíblia diz, em outras ocasiões ela vai contradizer. Por isso, usar a ciência para evidenciar a fé, além de ser incoerente (pois quando comprovamos algo, não precisamos mais da fé, que é a confiança naquilo que não vemos, cf. Hb 11.1), é também diminuir a autoridade e veracidade das Escrituras, que nasceram da sabedoria de Deus, e esta é infinitamente maior que a humana.
A FÉ NO DEUS CRIADOR
A Escritura também não faz grandes esforços para provar a existência de Deus. Ela trata esse assunto como uma verdade indiscutível e naturalmente aceita entre o povo. A questão estava mais voltada a dizer que Javé (ou Jeová) era o único Deus verdadeiro, por causa da grande influência que Israel sofria de outras nações. Com o passar do tempo e o progresso da ciência, a existência de Deus passou a ser questionada, e a religião se tornou independente da ciência, o que não é de todo ruim, mas também deu espaço aos diversos grupos ateístas e agnósticos, que têm propagado suas ideias. Richard Dawkins, zoólogo e ateu, desafia a religião com sua famosa obra intitulada “Deus, um delírio”, em que procura argumentar que a fé em Deus é contraditória e sem bom senso, especialmente por causa do mau testemunho das religiões. Apesar do tom ousado do autor, não seria isso um alerta para nós? Em muitos casos, o ateísmo tem se propagado por causa da fé fanática ou sem ações relevantes que muitos cristãos vivem, achando que Deus só quer a alma e não se importa com o corpo.
Mesmo sem informações científicas exatas, é impossível negar que com tamanha complexidade do Universo e da vida, eles tenham surgido do acaso. Se, por exemplo, a Terra fosse menor ou maior em tamanho, tivesse a temperatura mais baixa ou mais elevada, tivesse menor ou maior proporção de água, seria impossível haver vida em nosso planeta. Supondo que a Terra tenha surgido a partir de uma explosão, com certeza essa explosão foi cuidadosamente projetada por Deus, de modo que o nosso planeta fosse um lugar apropriado para que a vida se sustentasse.
Quando paramos para pensar no modo maravilhoso que o ser humano foi criado (Sl 139.14), e percebemos a sincronia que existe em seu corpo composto por células, tecidos, veias, órgãos, ossos, enfim, cada um em sua função e de forma interdependente, só podemos reconhecer que foi o grande Autor da vida quem lhe deu origem. De igual modo, é impressionante observar a variedade dos animais, das flores, dos insetos, das frutas, das paisagens... Alguém já disse que é preciso ter mais fé para acreditar que tudo isso surgiu por pura sorte, do que simplesmente atribuir a Deus. E isso é verdade, pois não tem como negar que para pintar um quadro chamado Universo, tão belo e perfeito, mesmo em suas imperfeições, somente o eterno e criativo Pintor mesmo poderia fazer!
O DEUS DA BÍBLIA É UM DEUS ÚNICO E PESSOAL
Na Torah (os cinco primeiros livros da Bíblia), o Criador se apresenta como um Deus único (Dt 6.4), que não admite outros deuses (Ex 20.3), e também como um ser pessoal, isto é, que se aproxima do ser humano (Gn 3.3). Ele permite ser visto como alguém que tem sentimentos, e por isso está sujeito a se decepcionar e se entristecer, não porque não seja capaz de prever o motivo da decepção, mas porque mesmo sabendo, é sempre muito triste para o Pai ver seus filhos errando o alvo (Gn 6.5-6).
Seu carinho por nós se torna evidente ao criar a mulher e o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26-27). Deus não tem aparência humana, pois Ele é Espírito (cf. Jo 8.24), portanto ser a sua imagem e semelhança quer dizer que temos a capacidade, como Ele, de escolher, de raciocinar, de amar, chorar, sorrir, exercer misericórdia, atuar com sabedoria, e essas são características que nenhum outro ser vivo possui. Deus nos deu o dom de termos personalidade, de sermos pessoas e não somente seres vivos. No entanto, a nossa semelhança a Deus só pode ser vivida se estivermos em comunhão com Ele, e o pecado acabou por nos distanciar dele e trouxe terríveis consequências.
DEUS ENSINA ATRAVÉS DA HISTÓRIA DA CRIAÇÃO
Ao inspirar os autores da Bíblia, Deus nos ensina grandes verdades para a vida como um todo e nos mostra que seu amor e soberania são verdadeiros. O relato de cada um dos dias da criação possui não só a função de preservar a fé no Deus Criador, mas também a de instruir todas as pessoas a se empenharem:
Contra a idolatria: Em meio a tantos deuses estranhos da época, cada um com uma suposta função na criação, o Deus de Israel se revelou como soberano, acima de qualquer outra divindade. Ao apresentar-se como criador dos astros, dos seres humanos e dos animais, colocava-se acima de todas essas coisas mostrando a sua glória e respondendo diretamente aos pagãos que acreditavam que elas eram deuses.
Contra a opressão e a favor da vida: O Deus da Bíblia também se mostra justo e coerente, por exemplo, ao trabalhar seis dias na criação e descansar no sétimo dia, o sábado (Gn 2.2-3). A intenção não foi dizer que o Criador fez tudo em exatos sete dias de 24 horas cada um, nem que Ele precisa de descanso, pois não precisa, e sim mostrar que é um Deus que mantém tudo sob seu controle e estabelece a ordem de tudo, e também em fazer uma crítica aos impérios tiranos, como Egito e Babilônia, que escravizavam os hebreus e impunham o trabalho de sol a sol, sem direito a repouso. A orientação também valorizava o bem estar do povo mesmo quando estava livre, pois o descanso é sagrado e essencial para a vida. Em contextos assim, reiterar que até o Todo-Poderoso descansou, garantiam esse direito aos seres humanos.
Na preservação da sua imagem: Reafirmar que os seres humanos são criação do Pai aponta para o seu grande amor e para o direito à dignidade e liberdade que foi dado inicialmente por Deus. A vontade de Deus é que sejamos livres, seja de prisões espirituais ou não. Em contrapartida, a origem da escravidão e da deturpação da imagem de Deus em nós tem a ver com a desobediência humana por influência do diabo, a serpente. O relato da criação e da queda de Adão e Eva, além de ensinar que o egoísmo e a desobediência nos afastam do plano do Senhor que é de nos dar felicidade e vida eterna, denuncia mais uma vez a opressão como fruto de quem dá ouvidos à serpente (tanto os egípcios – faraó usava uma serpente de ouro em sua coroa – quanto os babilônios adoravam um deus-serpente), porque foi a partir do momento em que comeram o fruto proibido que o pecado do egoísmo se alastrou sobre toda a humanidade, incluindo os imperadores. O pecado nos leva a ser oprimidos e escravos espiritual e socialmente, e mesmo os opressores, são na verdade escravos de seus próprios desejos maus, pois pelo fato de a humanidade ter perdido a comunhão com Deus, fica vulnerável aos efeitos mais fortes do pecado, e disto a serpente, que é o diabo sabe muito bem. Por isso, desde o princípio deseja frustrar os planos de Deus. O pecado é tão venenoso que atenta contra a vida em todas as suas dimensões: social, espiritual, material, etc, fazendo apodrecer o corpo, a alma e o espírito, e por fim levando à morte (Tg 1.14-15).
CONCLUSÃO
A juventude de nosso tempo precisa conhecer esse Deus Criador maravilhoso. As pessoas precisam saber que Deus nos fez para sermos sua imagem, mas o pecado termina por deturpá-la. Nós, como porta-vozes de Deus, profetas em nossa geração, precisamos dizer ao mundo que Deus não o criou permeado de injustiça, promiscuidade, violência, corrupção, preconceito, guerra, e tantas outras coisas ruins que refletem na natureza. Se de fato somos cristãos, devemos ser o sal que preserva este mundo (Mc 9.50), dando às pessoas o máximo de esperança, amor, solidariedade, e incentivando o cuidado com o meio ambiente.
Deus nos convida a abraçar a mensagem do seu Reino, que como Jesus disse, “já chegou”, o qual veio para restaurar a criação, que começa em nosso coração, se expressa em nossas ações no presente, e será concluído e aperfeiçoado quando Jesus voltar para restaurar todas as coisas, atendendo ao clamor da criação que geme (Rm 8.19-22). Mas, enquanto Jesus não conclui os planos do Pai, temos que nos perguntar se já fizemos tudo o que podíamos fazer. Anunciar e viver o Reino de Deus é a nossa missão.
Lição para a escola dominical
Publicada na revista "SEREP Jovem", da ICPB.
Ano XV - nº50 - 3º Trimestre de 2011
Publicada na revista "SEREP Jovem", da ICPB.
Ano XV - nº50 - 3º Trimestre de 2011
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