Por Wallace Góis
Isaías [6.1-9] teve uma visão de Deus no templo. Sua reação
foi como a de qualquer mortal teria ao presenciar uma manifestação do Senhor:
percebeu suas próprias limitações e seus pecados, diante de um Deus santo e
misericordioso. Porém, aquele foi um encontro que transformou sua vida porque
despertou seu coração para agir, para ser profeta de Deus ao seu povo e às
nações.
Junto ao trono de Deus, Isaias viu a glória de Deus que
enchia o templo e toda a terra, como os próprios serafins reconheceram. Mas, a
atitude de louvor desses serafins nos ensina algo: eles olhavam uns para os
outros, e diziam “Santo, Santo é o Senhor...”
Ou seja, eles não estavam olhando para Deus, estavam olhando uns para os outros. Isso nos mostra que a verdadeira adoração se dá na con-vivência em comunidade, onde há a união espiritual e a partilha do pão e da alegria. Em outras palavras, só podemos adorar a Deus de verdade, se formos capazes de olhar nos olhos de nossos irmãos e irmãs, e dizer a eles o quanto o nosso (e não o meu) Deus é santo e glorioso.
Ou seja, eles não estavam olhando para Deus, estavam olhando uns para os outros. Isso nos mostra que a verdadeira adoração se dá na con-vivência em comunidade, onde há a união espiritual e a partilha do pão e da alegria. Em outras palavras, só podemos adorar a Deus de verdade, se formos capazes de olhar nos olhos de nossos irmãos e irmãs, e dizer a eles o quanto o nosso (e não o meu) Deus é santo e glorioso.
Outra lição que podemos tirar da experiência de Isaias é a
de que um verdadeiro encontro com o Ser divino nos mostra quem somos e nos leva
a querer ser melhores do que somos. Quando o profeta se deu conta de sua
própria negligência e a de seu povo, o serafim lhe tocou com uma brasa e lhe
purificou. Na prática, os “impuros lábios” de Isaias se tornaram em lábios
separados para a missão de Deus, porque a única coisa que ele pôde responder ao
ouvir a pergunta de Deus sobre quem deveria enviar foi “envia-me”. Nessa frase percebemos que a fala de Isaias
revelou seu desejo de ser movido por Deus, de ser enviado ao seu povo e
proporcionar a eles uma experiência transformadora como a que acabara de ter.
Por falar em lábios, Jesus disse que a boca fala do que o
coração está cheio. As nossas palavras e ações são um reflexo daquilo que temos
em nosso coração. Se você e eu guardamos em nosso coração uma verdadeira
experiência da graça de Deus, nossos lábios precisam dizer “eis-me aqui,
envia-me”, porque ninguém que vive uma manifestação de Deus consegue se calar
diante do mundo, e nem ficar parado onde está. Uma adoração que é vivida na
presença do Deus único e na comunhão com o próximo dentro do templo, se
manifesta em atos de obediência, justiça e misericórdia fora do templo, assim
como aconteceu com Isaias, que saiu daquele templo para proclamar o Reino de
Deus ao mundo e, para nunca mais ser o mesmo!
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